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Faturamento de bancos com juros é o maior desde 2011

Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (26/10) o spread bancário em setembro atingiu sua maior taxa desde 2011. O número indica a diferença entre a taxa que os bancos pagam para captar dinheiro e os juros que eles cobram para emprestá-lo a consumidores e empresas.

Em setembro essa diferença foi de 41,2 pontos percentual, um crescimento de 0,6 ponto em relação a agosto e de 13,7 pontos quando comparado ao mesmo mês de 2015.Os dados se referem a recursos livres (que não incluem financiamento imobiliário e empréstimos do BNDES).

Esse aumento na taxa cobrada pelas instituições financeiras foi puxada pelos juros cobrados dos consumidores – no caso das empresas, houve queda. Para os clientes pessoa física, o aumento foi de 1,6 ponto percentual em relação a agosto e 12,8 pontos em relação a setembro de 2015.

De acordo com o chefe do Departamento do Banco Econômico Central do Banco Central, os juros cobrados do consumidor aumentaram por causa de categorias como cheque especial e cartão de crédito, onde as taxas cresceram.

Quem optou por usar cartão de crédito no mês passado pagou, em média 121,1% de juros por ano, 3,9 pontos percentuais a mais do que em agosto. No caso do cartão rotativo o número foi muito maior, de 480,3% ao ano, maior taxa desde 2011, quando o BC deu início a essa série. No caso do cheque especial, a taxa ficou em 324,9% ao ano, também a maior da série histórica do BC.

Novos empréstimos

As novas concessões de crédito a consumidores continuam em queda, mostram os dados do BC. Os novos empréstimos com recursos livres totalizaram R$ 139,7 bilhões, redução de 6,2% em relação a agosto e de 2,7% em 12 meses.

No caso das empresas, os novos empréstimos com recursos livres em setembro somaram R$ 107,4 bilhões, alta de 5,2% em comparação com agosto e queda de 10% em 12 meses.

O estoque de crédito (total de dinheiro emprestado na economia) recuou 0,2% em setembro em comparação com agosto, totalizando R$ 3,1 trilhões no mês passado. Na comparação com os últimos 12 meses, houve uma redução de 1,7%.

Aredução aconteceu por causa da retração na carteira de crédito de empresas, que recuou 0,4% em relação a agosto, fechando setembro em R$ 1,5 trilhão. No caso da carteira de consumidores houve estabilidade, com um saldo de R$ 1,5 trilhão no mês passado.