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“Em meio a lamaçal, Temer não pode decidir destino da classe trabalhadora", afirma CTB

O Brasil passa por um momento de desemprego sem precedentes, num ambiente de crise econômica e da maior crise política da brasileira que, ao longo de 517 anos, pela primeira vez na sua história, o Brasil teve o presidente denunciado por crime de corrupção.

Com base nesta circunstância e sob esse argumento, os senadores da oposição propuseram o adiamento da votação da reforma trabalhista, no início da sessão de hoje (28), da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, também assentia com a orientação de transferência da votação para outro momento. “Não é possível conceber que, em meio a esse lamaçal, o Senado não assimile nenhuma das propostas de emendas e remeta para um presidente denunciado por corrupção, o destino dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil”, sublinhou o presidente da CTB.

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Para a senadora Lídice da Mata (PSB-BA) não há justificativa para o açodamento para a votação da reforma trabalhista, remetendo para a Presidência da República a possibilidade de fazer alterações da proposta. Ela denunciou que senadores da base aliada estão sendo coagidos a votarem às pressas, mesmo sem concordar com a íntegra do projeto governista.

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) destacou que a solicitação de adiamento se explicava pela relevância do fato novo que foi a denúncia do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que pediu abertura de inquérito por corrupção passiva do presidente ilegítimo, Michel Temer.

Mesmo com os protestos da oposição, no entanto, a tropa de choque de Temer, liderada pelo líder do governo e relator na CCJ, Romero Jucá (PMDB-RR), deram continuidade ao processo na CCJ. Jucá também deixou claro que a posição do governo é rejeitar todas as propostas que forem apresentadas pelos senadores, explicitando – mais uma vez – que o governo pretende atropelar qualquer tentativa de resistência da classe trabalhadora.

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Na sequência, abriu-se para a leitura dos cinco relatórios alternativos, constando os votos separados de cinco parlamentares. Os senadores Lasier Martins (PSD/RS), Paulo Paim (PT/RS), Eduardo Braga (PMDB/AM), Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) e Lídice da Mata (PSB/BA) estão lendo seus votos em separado, que deverá ocupar toda a tarde de hoje, para só depois abrir o período de debate do tema, seguido da votação. Não há horário para a conclusão dos trabalhos na CCJ.

Dezenas de dirigentes da CTB seguem visitando os gabinetes, conversando com os senadores e senadoras, solicitando o apoio dos parlamentares para votarem em defesa dos consagrados direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e contra o PLC 38/2017.

De Brasília, Sônia Corrêa – Portal CTB