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Parece que a capitalização já foi pro saco

Já está mais do que claro que da forma que foi redigida a reforma proposta pela dupla Bolsonaro/Guedes não passa no Congresso Nacional. Deverá ser sensivelmente desidratada para conquistar maior apoio na Câmara, onde hoje conta com os votos a favor de apenas 93 deputados. São necessários pelo menos 308.

Entre os temperos do prato servido pelo governo de extrema direita que os parlamentares consideram intragáveis estão os cortes por demais cruéis no BPC e nas aposentadorias rurais. A desconstitucionalização da Previdência, que na verdade transfere poderes do Legislativo para o Palácio do Planalto, também não deve passar e a capitalização, que fracassou nos países onde foi instituída e vem sendo revisada, parece que já foi pro saco, embora seja a menina dos olhos do rentista Paulo Guedes.

Foi o próprio Jair Bolsonaro quem afirmou nesta sexta-feira (5) que a proposta de capitalização da Previdência "não é essencial" no momento.

Ele deu a declaração durante uma entrevista coletiva enquanto caminhava para um evento no Palácio do Planalto.

Mais cedo, nesta sexta-feira (5), durante um café da manhã com alguns jornalistas, o capitão disse que a proposta de capitalização pode ficar para um "segundo momento".

"A capitalização, presidente, é melhor deixar para lá para facilitar a reforma?", indagou uma repórter a Bolsonaro na tarde desta sexta. "Não queremos complicar o andamento da reforma que está aí, é isso que estou falando. Não quero desidratar nada, tá? Mas não é essencial isso no momento. A ideia era botar na PEC e depois regulamentar lá na frente, que seria via parlamento", respondeu o presidente.

A proposta de capitalização é um dos itens da reforma da Previdência Social enviada pelo governo em fevereiro ao Congresso Nacional. No Chile cerca de 90% dos que se aposentaram pelo modelo imposto por Pinochet em 1983 recebem menos da metade do salário mínimo e o governo atual, embora alinhado com a direita, está determinado a muda-lo porque é responsável pelo aumento considerável dos índices de pobreza e suicídio de idosos.

FONTE: Portal CTB