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Plenárias de SE e Ba apontam ideias para mobilizações contra a reestruturação do BB

Plenárias de SE e Ba organizam mobilizações contra a reestruturação do BB

Sindicato dos Bancários está mobilizando a categoria e prefeitos de cidades que serão impactadas com fechamentos de agências do BB

Nesta sexta-feira (15.01) tem tuitaço e manifestação nas agências

Desde o início do anúncio (11.01) do penoso e cruel pacote da chamada reestruturação do Banco do Brasil (BB), a direção do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) está em movimentação. Nesses últimos dias, a presidenta do SEEB/SE, Ivânia Pereira têm participado de reuniões online com o Comando Nacional dos Bancários e com a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), que têm o objetivo de criar as condições para impedir a concretização da reestruturação do banco que prevê o fechamento de 361 unidades (postos de atendimento, escritórios e agências) e a dispensa de 5 mil trabalhadores do banco com programas de demissão voluntária.  

A liderança sindical também teve reuniões prefeitos sergipanos de cidades que serão de imediato impactados com fechamento de agências.

Nesta quinta-feira (14.01), além de realizar uma plenária virtual com bancários e bancárias de Sergipe, a direção do SEEB/SE também participou da Plenária da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase). A reunião de Sergipe contou com a participação de representantes da Federação dos Prefeitos de Sergipe e do deputado estadual Iran Barbosa (PT).  

Dirigida pelo presidente da federação, Hermelino Neto, o encontro virtual da Feeebase também teve o mesmo objetivo: debater e apresentar propostas de mobilização nacional com o objetivo de impedir o pacote da reestruturação do BB.  As sugestões/ideias serão encaminhadas para o movimento nacional (abaixo-assinado, possibilidade de greve nacional, cancelamento do acordo de hora extra e empoderamento no telegran e ações judiciais).  

Ivânia Pereira em suas intervenções têm apontado dois aspectos para abordar a reestruturação do BB.  “O primeiro é que a decisão pelo plano de reestruturação não tem base técnica. Entendo que essa reestruturação é uma atitude política privatista do governo contra a empresa pública. Exatamente como fez o fatiamento da Petrobras e desmonte nos Correios, estão tentando esquartejar as empresas públicas para precarizar os serviços e jogar a população contra essas empresas

O outro ponto destacado por Ivânia é com relação a mobilização social da sociedade civil e ações jurídicas de reação à reestruturação. “Precisamos buscar o apoio da sociedade mostrando a importância do Branco do Brasil. Lembrar que o financiamento do início das ferrovias e da industrialização brasileira foi garantindo pelo Banco do Brasil. O BB é uma empresa pública que dá dinheiro ao Tesouro Nacional. O banco lucrou R$ 18,1 bilhões em 2019 e pagou R$ 3,4 bilhões em dividendos para o governo federal no mesmo ano. Na década entre 2010 e 2019, o lucro médio foi de R$ 16,3 bilhões em cada ano. No mesmo período, a média anual de dividendos pagos para a União foi de R$ 3,6 bilhões. Se o banco é tão lucrativo e rende dividendos anuais para o governo federal, porque privatizá-lo?”, afirmou Ivânia Pereira.  

O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, afirmou que “esta é a mais agressiva reestruturação apesentada pelo BB, nos últimos anos, porque significa desmonte do banco público com impactos em todas as áreas de atuação da empresa (crédito para a agricultura, indústria, comércio e para as pessoas físicas, serviços e políticas públicas). Esses impactos serão decisivos na economia dos estados do Nordeste, como a Bahia e Sergipe”. O sindicalista, empossado este ano vereador na Bahia, também apontou impactos na estruturação da função de caixa, medidas de extinção da função de caixa e para aqueles que estão no exercício da função, redução salarial, dentre outros problemas.

Usar roupas pretas. Dia de Protesto Nacional

Da Comissão dos Empregados do BB, Fábio Lêdo, anunciou que nesta sexta-feira (15), além de atos e tuitaços, a categoria deverá usar roupas prestas em protesto contra a reestruturação.

Ainda da agenda sindical, no dia 19 de janeiro, está agendada nova da Comissão dos Empregados que fará relatório para avaliar as ações realizadas e organizar novas lutas no país.

“O nosso objetivo é pressionar para que o banco retome as negociações com o movimento bancário. Temos de ter unidade, solidariedade e coragem para ganharmos o apoio da população e derrotar esse projeto do governo federal de tentar privatizar a empresa pública”, afirmou Fábio Lêdo.

Questões jurídicas

Lêdo chamou à atenção quanto à ansiedade natural dos bancários e bancárias quanto a decisão individual se adere ou não aos programas de demissão voluntária, apresentado pelo banco. A liderança sindical afirma que este é um momento que precisamos ter muita calma antes de tomar qualquer posição. “Os sindicatos estão analisando tecnicamente possibilidades de ações coletivas e ou individuais, para não ter um revés”, afirmou.