Covid-19

Santander quer que o bancário abra mão dos direitos

Sem se preocupar com os direitos e condições de trabalho dos bancários durante a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, o Santander quer implementar o teletrabalho para os funcionários condicionado à "abdicação voluntária" de benefícios ou de uma porcentagem do salário por parte dos empregados.


Ganância pura do banco que lucrou R$ 3,85 bilhões nos três primeiros meses de 2020. O presidente do Santander, Sergio Rial, disse que a abdicação voluntária faria sentido para quem optasse pelo trabalho remoto, pois gastaria menos tempo e dinheiro para ir até a empresa. Além de estar demitindo funcionários nesse período, acha justo que o bancário arque com internet, energia elétrica e toda a estrutura para trabalhar em casa e ainda abra mão de parte do salário e benefícios.


O executivo ainda afirmou que "primeiro, é preciso diferenciar o que é estar ocupado e ser produtivo. Estar ocupado não é necessariamente começar uma call [teleconferência] às 7h da manhã e terminar às 8h da noite, porque pode ser que, em alguns casos, você não tenha realizado nada relevante para o cliente. Essa esteira tática não é sustentável".


É um absurdo o setor mais lucrativo do país, o sistema financeiro, ter tantos benefícios, como não ser taxado. Além disso, os bancos têm dado apoio irrisório no combate à prevenção da pandemia de Covid-19, mas foram socorridos com R$ 1,2 trilhão pelo governo federal, que reduziu a tributação do lucro das empresas para 15%.

 
Através de nota, a assessoria de imprensa do Santander afirmou que a redução na remuneração de trabalhadores em teletrabalho está fora de questão. O movimento sindical está atento a qualquer movimentação do banco que ataque ou retire os direitos dos bancários.