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Assédio leva à depressão

Editorial Jornal Resistência 

A categoria bancária é uma das que mais adoece no país e os transtornos mentais estão entre os mais frequentes motivos. Esse adoecimento é causado por conta do assédio organizacional. São práticas de gestão voltadas para a produtividade que abrem espaço para o assédio moral com metas abusivas inatingíveis.

O(a) bancário(a) que adoece é rechaçado(a) porque é uma denúncia viva do que acontece dentro desse modelo organizacional. No entanto, enquanto nas instituições privadas os bancários são obrigados a atingir metas cada vez maiores, nos bancos públicos eles são pressionados e ameaçados com a perda de comissões e cargos.

Tonturas, irritações frequentes, pesadelos, palpitações, falta de ar e outros sintomas que parecem isolados, mas que podem tornar-se depressão, transtorno bipolar, síndrome do pânico e outras doenças mentais. E tudo isso pode estar ligado ao trabalho do bancário. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo.

As pessoas que sofrem com tais patologias se sentem impotentes e muitas das vezes incapazes, por conta do que passam no local de trabalho, e geralmente quando procuram os setores competentes para o reconhecimento da doença, viram-lhes as costas. Negam o que a lei determina que é a abertura do comunicado de acidente de trabalho- CAT, o que só piora a situação e para completar muitas das vezes são discriminados pelos próprios colegas.

Essas práticas tornam o trabalho bancário um trabalho penoso, produtor de sofrimento psíquico. Hoje é comum bancário(a) fazer uso de remédios controlados conhecidos como de “tarja preta”.

O(a) bancário (a) que se encontrar nessas condições de adoecimento deve procurar o Sindicato para se orientar sobre os procedimentos a serem adotados. O nosso sindicato permanece atuante e faz intervenções junto à direção dos bancos para coibir esse tipo de comportamento de alguns gestores.

Está em andamento a criação de um canal exclusivo para denúncias de assédio moral aqui na entidade, onde bancários(as) poderão relatar os abusos e enviar ao sindicato.

O sistema garantirá sigilo absoluto e os diretores da entidade tomarão as medidas cabíveis de forma bem sigilosa.