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Na rodada de negociações, Fenaban nega que metas adoecem os trabalhadores

Na mesa de negociações, Elder Perez  (BA) e Adilson Azevedo (SE) estavam representando a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe

Só mesmo a mobilização da categoria será capaz de arrancar dos bancos uma proposta de ação para garantir um ambiente saudável de trabalho no setor.

Hoje (25/7), na rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) negaram mais uma vez que o adoecimento dos bancários e bancárias tenha relação com as metas e o modelo de gestão dos bancos, que é voltado para o lucro acima de tudo. Os banqueiros afirmaram ainda que o adoecimento mental é um fenômeno mundial e não tem relação com o trabalho.

Nessa difícil queda de braço, a Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe foi representada pelo presidente em exercício do Sindicato dos Bancários da Bahia, Elder Perez. O presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) está em São Paulo acompanhando o debate.

Para desmontar a postura negacionista da Fenaban, o Comando Nacional dos Bancários apresentou na mesa de negociação dados que comprovam adoecimentos a partir das metas abusivas. Um levantamento do Dieese, com base em dados do INSS e da RAIS, mostra que a categoria bancária foi responsável por 25% de todos os afastamentos acidentários e por 4,3% de todos os afastamentos previdenciários relacionados à saúde mental e comportamental, entre trabalhadoras em 2022. Isso mesmo sendo apenas 0,8% dos trabalhadores formais do país.

O movimento sindical expôs também o resultado da pesquisa “Modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita pela Contraf em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), e divulgada em maio deste ano. Na qual dos 5.800 bancários entrevistados: 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano; 40,2% estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa e 54,5% indicaram o trabalho como principal motivo para buscar tratamento médico.

“Os bancos fecharam os olhos pra essa realidade inclusive numérica e estatística. Fecham os olhos também para a questão do próprio nexo causal existente em perícias do INSS, que relacionam o estado de saúde, a doença do trabalhador, da trabalhadora como sendo fruto da sua atividade laboral. Nós fomos contundentes no combate a essa ideia que o banco traz, a esse pensamento que se contrapõe à realidade experimentada no ambiente de trabalho bancário”, ressaltou Elder Perez.

 

Por Ascom do SEEB/SE com Fonte dos Portais da Feebbase e Contraf