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Movimento bancário realiza 1ª Conferência Nacional de Aposentados do Ramo Financeiro
Evento reúne bancárias e bancários aposentados de todo o Brasil para debater direitos, participação social e os desafios do envelhecimento. O diretor do Departamento de Aposentados do SEEB/SE, Milton Oliveira participa do evento
A 1ª Conferência Nacional de Aposentadas e Aposentados do Ramo Financeiro foi aberta nessa quarta-feira , 02 de julho, com apoio de federações e sindicatos de todo o país. O evento acontece na sede da entidade, em São Paulo, e marca um novo momento de organização e escuta da categoria que ajudou a construir o movimento sindical bancário brasileiro.
O diretor do Departamento de Aposentados do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE), Milton Oliveira participa do evento.
De acordo com as lideranças bancárias, os debates desse encontro farão parte da 27º Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Também foi anunciado que, “de agora em diante, todos os anos que acontecer a conferência nacional, será realizada a dos aposentados".
O primeiro painel do dia contou com a participação de presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, que fez uma análise de conjuntura destacando o protagonismo dos aposentados no movimento sindical atual e o papel dos sindicatos na defesa de direitos desse grupo etário.
Juvandia abordou como bancárias e bancários podem continuar atuando politicamente após a aposentadoria, a importância da representatividade nos espaços de decisão sindical e como a experiência acumulada pode fortalecer as entidades e inspirar as novas gerações. “Temos um patrimônio de organização construído nesses anos todos de militância dessas pessoas que estão aqui hoje. Elas contribuíram e continuam contribuindo. Neste momento de muita disputa, onde o mundo do trabalho e a sociedade mudaram muito, precisamos de todos para nos fortalecer”, afirmou.
O segundo painel foi dedicado ao tema da Previdência Social e contou com a participação de Ricardo Berzoini, ex-ministro dos governos Lula e Dilma e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da CNB/CUT. Com sua ampla experiência no tema, Berzoini abordou os desafios atuais da Previdência pública e a importância de defendê-la diante das constantes tentativas de privatização.
“O nosso papel é buscar criar elementos de mobilização. Para isso, nós precisamos saber colocar o que está em jogo e estabelecer um diálogo único”, afirmou o ex-ministro.
Temas
Ainda dos temas abordados sobre ‘Envelhecimento ativo e qualidade de vida’: Solidão, depressão e sentido de pertencimento pós-carreira; A importância da convivência, do voluntariado e da militância; Como manter-se socialmente ativo e engajado; Como manter uma rotina saudável e prazerosa depois dos 60; Quais políticas públicas existem para apoiar o envelhecimento saudável; Como lidar com a solidão, o luto e a mudança de ritmo na aposentadoria
‘Planos de saúde e atendimento médico’: Sustentabilidade dos planos de autogestão e desafios do setor; Direitos dos idosos no SUS e no sistema privado; A difícil situação dos aposentados que enfrentam redução de renda e dificuldades para manter plano de saúde privado
Conferência Nacional Livre debate envelhecimento e democracia
No mesmo dia, foi realizada a Conferência Nacional Livre das Bancárias e dos Bancários Idosos e Aposentados, com o tema: “Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direitos e participação”.
O encontro debateu políticas públicas, inclusão, valorização e desafios enfrentados por aposentadas e aposentados no Brasil. Um dos destaques foi a apresentação da técnica do Dieese, Vivian Machado, sobre os impactos da privatização da Previdência em países da América Latina e do mundo.
Entre 1981 e 2014, 30 países privatizaram total ou parcialmente seus sistemas previdenciários. Até 2018, 18 deles já haviam revertido essas mudanças, isso porque as consequências da privatização foram graves: queda na cobertura previdenciária, redução dos benefícios, aumento da desigualdade de renda e de gênero, elevação dos custos administrativos e concentração nas mãos de seguradoras privadas.