Notícias
'Mulheres Vivas'! Ato em Aracaju exige fim da onda de feminicídio
Nos Arcos da Atalaia, em Aracaju, militantes da CTB e UBM na luta por proteção e justiça contra a violência de gênero
“Pela vida das mulheres. Contra o feminicídio. Nenhuma a menos!” Essas foram algumas das palavras de ordem ecoadas pelas ativistas durante os atos do Dia Nacional de Mobilização pela Vida das Mulheres: Mulheres Vivas, realizados em várias capitais do país, no último domingo, dia 7 de dezembro. Em Aracaju, a manifestação aconteceu nos Arcos da Orla, na Atalia.
Ao lado dos mais diversos movimentos sociais, as militantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Brasileira das Mulheres (UBM/SE) e União da Juventude Socialistas (UJS) foram ao ato, reafirmando a centralidade da luta contra a violência de gênero no projeto sindical classista e reforçando a defesa de um Estado que proteja, acolha e garanta a vida das mulheres brasileiras.
Proteção e Justiça
Além das intervenções, as mulheres distribuíram panfletos e adesivos denunciando a onda de feminicídio no Brasil e exigindo proteção, justiça e políticas que salvem vidas. Entre as demandas, estão o fortalecimento das redes de proteção, a ampliação de casas-abrigo, o investimento em prevenção, a responsabilização efetiva dos agressores e políticas públicas que garantam autonomia e direitos para todas.
As manifestantes divulgaram os dados da Organização das Nações Unidas (ONU) que apontam que o Brasil ocupa o 5º lugar do ranking mundial de feminicídio.
“Participaram do ato lideranças dos mais diversos movimentos sociais, além das mães, filhas e todos que pensam em um mundo mais justo e onde as nossas vidas não sejam ameaçadas todos os dias”, afirmou a presidenta da UBM/SE, Maria da Pureza.
“A manifestação em Aracaju foi emocionante, mais uma vez buscando unidade na ação, fomos às ruas para a defesa da vida das mulheres”, afirmou a secretária da Mulher do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) e diretora da CTB/SE, Rosângela de Jesus.
Saiba Mais
A manifestação ocorre diante de um cenário dramático. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2024 foi o ano com maior número de feminicídios desde a tipificação do crime, em 2015. Foram 1.492 mulheres assassinadas, o equivalente a quatro por dia. A maioria das vítimas era negra (63,6%), jovem entre 18 e 44 anos (70,5%), morta dentro da própria casa (64,3%) e por companheiros ou ex-companheiros (80%). Em 97% dos casos, os agressores eram homens.
A situação se repete em escala mundial. Dados divulgados pela ONU apontam que, em 2024, uma mulher foi morta a cada dez minutos por parceiro íntimo ou familiar. A violência de gênero é, portanto, uma crise global que demanda respostas urgentes e integradas.
ASCOM do SEEB/SE