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Audiência Pública aborda sobre fortalecimento do Banese e Deso

Na tarde da última terça-feira, 01, a Câmara Municipal de Aracaju promoveu uma Audiência Pública com o tema “Fortalecimento e Defesa das Entidades Públicas Deso e Banese”. A mesa foi dirigida pelo verador Amérco de Deus (Rede) autor da propositura. Como palestrantes o evento contou com o presidente do Sindisan, Silvio Ricardo de Sá; o secretário Geral do Sindisan, José Sérgio Passos; a presidente do SEEB/SE, Ivânia Pereira e o economista do Dieese/SE, Luiz Moura. Ainda falaram na Tribuna o deputado Estadual, Iran Barbosa (PT); o vereador, Isac Silveira (PC do B); o vereador, Lucas Aribé (PSB) e o vereador, Camilo Lula (PT).

“A Deso e Banese são presentes nos municípios de Sergipe. Nós sabemos que com uma possível privatização quem vai sofrer é a população mais pobre, ou seja aqueles que hoje já sofre para pagar uma conta de água. Por isso, é importante que a gente socialize essas informações para que o povo de Sergipe se empodere sobre o assunto. Essas duas entidades são orgulhos para nosso Estado. Sabemos de suas deficiências, que não justifica sua privatização. Esse é o motivo dessa audiência pública”, disse Américo de Deus, justificando o motivo da promoção da Audiência Pública.

“Se o povo já sofre para pagar uma conta de R$38 imagina com a privatização, uma vez que serão embutidos impostos indo para R$90. A população precisa saber. É preciso que a gente abrace a Deso e Banese como nosso patrimônio. A meu ver temos sim algumas questões para discutir, como por exemplo, a taxa de esgoto, que para mim podemos abaixar. Sobre o Banese ele tem 58 anos de existência com mais de 3 mil funcionários direto e indireto. O Banese tem mais de 1milhão de clientes, e tem cumprido seu papel”, disse Américo.

Foi tema também de seu discurso à preservação dos recursos naturais, como forma de investir na Deso. “A água não é mercantilismo, mas fonte de vida. Os olhos dos estrangeiros estão no que nós temos de mais valor. Isso se explica esse interesse pela Amazônia. É preciso hoje dar valor ao que é nosso. Lembro do Rio São Francisco e a necessidade de preservá-lo. Não temos que pensar em privatizar, mas sim preservar”, acrescentou o parlamentar.

 “Temos 12 mil ações sociais pelo Instituto Banese e Museu da Gente. O Banese tem um patrimônio de R$5,05 bilhões. Ele em 2018 teve uma lucratividade de R$ 62,5 milhões. O Banese nunca deu prejuízo ao Estado. E neste ano, só de lucratividade está chegando a R$ 41 milhões. O Banese é um pequeno gigante e gigante pela própria natureza. Vamos nos orgulhar desse banco”, finalizou Américo.

Para o economista do Dieese/SE, Luiz Moura, a possível venda das ações do Banese não vai trazer lucratividade, tendo em vista a experiência em outros Estados. “Por mais que se diga que a venda de ações do Banese será em beneficio da população sergipana, temos em outros Estados uma experiência diferente, como o caso do Rio Grande do Sul, que verificou que o valor que o mercado estava querendo era muito aquém do que o banco supunha acreditar que teria retorno. Aqui em Sergipe quer se vender a R$ 21 até R$33”, colocou o economista.

O secretário Geral do Sindisan, José Sérgio Passos, questionou a quem interessa a privatização das estatais. “Eu questiono a quem de fato interessa a privatização da Deso. Coloco aqui que ela abastece 71 municípios e 3 parcialmente. Por mais que se aleguem que a Deso não dá lucro, eu digo que ela não foi criada para esse fim, e sim, prestar serviço, através dos seus reservatórios e potencialidades. Se privatizarem essa estatal será um caos para o Estado. Teremos desemprego em imediato, por exemplo”, expressou Passos.

Já, o presidente do Sindisan, Silvio Ricardo de Sá, mostrou o esforço ao qual a estatal trabalha para prestar um bom serviço à população e não deve ser comparada as outras entidades, porque cada um funciona seguindo seus desafios, problemáticas e logísticas. “Não vamos comparar água com energia, pois quando existe um rompimento de adutora é muito difícil o trabalho que deve ser realizado, uma vez que teremos o deslocamento de maquinário e exploração do terreno, sendo um serviço que dura entre 2 e 3 dias”, comentou.

Segundo Silvio Sá a imprensa deixa de noticiar serviços importantes para a população como a questão do refaturamento de conta e fatura social. “A imprensa muitas vezes foca em falta d’ água; conta de água; perdas e vazamentos e qualidade da água, e não noticia serviços que o povo tem direito que são importantes como o refaturamento de conta quando esta tem dois picos no ano, tendo o direito de pedir dois refaturamentos ao ano e a tarifa social para quem tem renda baixa”, explicou.

Obedecendo a ordem de pronunciamento dos palestrantes falou por último a presidente do SEEB/SE, Ivânia Pereira. “Eu não consigo defender o Banese sem defender a Deso. A Deso foi a garantia de saúde pública. Como era a qualidade da água antes de ter o tratamento institucional, através de uma empresa como a Deso? Hoje, ninguém ouve mais falar de verminose e ninguém relaciona o papel que teve a Deso no combate dessa doença. Sobre o Banese, nenhum Estado nordestino além de Sergipe tem banco estadual. A distribuição de renda; a qualidade de vida e bancarização é a melhor do nordeste e isso decorre da existência de um banco estadual. Então, o Banese é importante para a economia do Estado”, encerrou Ivânia.

Fonte: Portal da Câmara de Vereadores