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Novos protestos e paralisações em Aracaju denunciam privatização do BB
Em Sergipe, reestruturação do BB do Governo Bolsonaro propõe fechar as agências de Tomar do Geru, Porto da folha, Poço redondo, Salgado, Monte Alegre e Nossa Senhora de Lourdes. Em Aracaju: TRT , Ag. Siqueira Campos PF. Das agências que serão transformadas em postos estão Ribeirópolis, Aquidabã, Campo do Brito, Carira, Itaporanga D’Ajuda, São Cristóvão e Canindé do São Francisco.
Na manhã desta quarta-feira (10.02), Dia Nacional de Paralisação nas agências do Banco do Brasil (BB), o Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) realizou atos contra a reestruturação implantada unilateralmente pelo governo Bolsonaro e a diretoria do banco para privatizar o Banco do Brasil. Na reestruturação, o governo vai desligar 5 mil funcionários, fechar, no primeiro semestre de 2021, 361 unidades (112 agências, sete escritórios e 242 Postos de Atendimento).
Na capital sergipana, o SEEB/SE fez atos na porta das agências do Banco do Brasil da Praça General Valadão (às 8h) e do Siqueira Campos ( às 9h). A paralisação foi deliberada em assembleias virtuais em todo o país, no último dia 05. Manifestações e paralisações também ocorreram nas cidades de Itabaiana e Monte Alegre.
Ainda da chamada reestruturação, o governo federal quer converter 243 agências do Banco do Brasil em postos de atendimento e a transformar 145 unidades de negócios em Lojas BB, estes dois últimos, sem gerentes e guichês de caixa. Com uma rede de agências reduzida e com menos funcionários, a população será prejudicada. Em algumas cidades ficarão sem agências e o atendimento vai ser ainda mais precarizado. O banco projeta demissões voluntárias, o descomissionamento de caixas, a redução de salários, a realocação para qualquer lugar do país, o que pode destruir famílias, e a mudança radical da vida dos bancários.
O plano de desmonte do governo com o Banco do Brasil pretende ainda retirar funções como a de caixa, sucateando mais ainda o atendimento nas agências. No total, são dois planos de demissão voluntária, para enxugar ainda mais o quadro de pessoal no BB que operam e dão lucro à instituição financeira.
Também estão previstas a transformação de oito postos de atendimento em agências, de 145 unidades de negócios em Lojas BB, além da relocalização e 85 unidades de negócios e a criação de outras 28.
O PDV prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos. E ainda perdas de gratificação e redução do papel do banco público.
Privatizar o BB é ataque à Soberania Nacional
Fundado com a chegada da família real no Brasil, em 1808. O Banco do Brasil é anterior a independência do Brasil. Desde então, o BB, passou a ser responsável por investimentos públicos, pelo financiamento da agricultura e da garantia de nossa soberania alimentar.
Este é o papel dos bancos públicos, ser instrumento de política econômica, desenvolver políticas públicas, oferecer crédito em momentos de crise. Ou melhor, podemos afirmar que sem um banco público, para fomentar políticas públicas e investir no desenvolvimento econômico, não existe soberania nacional.
O Banco do Brasil é lucrativo e transfere riquezas para a União.
O Banco do Brasil é um banco público lucrativo: de 2010 a 2019 o lucro médio do Banco do Brasil foi de 16, 3 bilhões por ano e a média de dividendos pago pelo BB à União foi de 3,6 bilhões ao ano. Só em 2019, o BB lucrou 18, 1 bilhões e pagou ao governo federal 3, 4 bilhões de reais em dividendos. Além disso, o controle sobre a gestão do BB garante ao povo brasileiro que ele exerça sua função social, ou seja: fomentar políticas públicas, diferente dos bancos privados que o lucro é apropriado apenas pelo banqueiro.
Os Correios, o SUS e a educação pública, as agências e postos do Banco do Brasil são os únicos equipamentos públicos em milhares de municípios do Brasil.