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Programa Convergente do BNB domina os debates da mesa permanente de negociação

Na negociação, participaram dos debates representantes do SEEB/SE e da Feebbase, respectivamente, João Wellington e Waldenir Britto

 

O programa Convergente foi o centro dos debates da mesa permanente de negociação entre a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB) e a direção do Banco. O encontro aconteceu no último dia 3/7, na sede administrativa do Passaré, em Fortaleza. Além da diretora de Administração e TI, Ana Teresa de Carvalho, e da Superintendente de Desenvolvimento Humano, Bibiana Colares, a reunião contou também com a presença do presidente do BNB, Paulo Câmara.

 

Dos funcionários do BNB, participaram da negociação representante do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) e da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feebbase), respectivamente, João Wellington e Waldenir Britto.

 

A Comissão Nacional cobrou novamente uma solução para as distorções que persistem no programa Convergente, sobretudo referente à pontuação e avaliação.

 

Os sindicalistas relataram que o fato de a pontuação, nos processos de análise nas Centrais, só ser considerada ao final de todo o processo, tem desmotivado os funcionários. “O colega só pontua quando o contrato é finalizado, e se por qualquer motivo alheio ao trabalho do analista, o contrato não for finalizado, ele não terá pontuação nenhuma, mesmo que seu trabalho tenha levado horas, ou até dias para ser feito. Isso está causando, inclusive, adoecimento. É fundamental mudar urgente essa metodologia”, cobrou o representante do Sindicato de Alagoas na CNFBNB, Iury Filgueira. “É urgente calibrar as métricas aplicadas no sistema de avaliação de desempenho individual”, reforçou o representante de Pernambuco, Ricardo Vaz.

 

O coordenador da CNFBNB, Robson Luís, destacou também problemas recorrentes nas centrais, sobretudo no setor de concessão de crédito, onde muitos funcionários estão reclamando das metas e adoecendo para tentar cumpri-las. “A cobrança de produtividade de 1 PP (produto padrão) por dia, somada com as pendências nos processos que são de responsabilidade de outras unidades, ou até dos próprios clientes, vem provocando muito stress e adoecimento mental. Reforçando que uma das principais demandas é a pontuação por várias etapas de cada processo, e não só finalização”, disse.

 

A representação do Banco destacou que está disposta a dialogar para encontrar soluções para as demandas apontadas pela CNFBNB e realizar ajustes no programa Convergente. O Banco também tem realizado visitas nas centrais para colher e escutar demandas, buscando equilíbrio. Em seguida, o Banco propôs a divisão da avaliação em duas etapas, como a etapa de análise e a de contratação, com pontuações independentes. “É um avanço, mas não resolve o problema, pois mesmo a fase de análise pode não ser concluída totalmente por causa de alguma pendência, cuja solução dependa das agências e/ou dos clientes, e até mesmo o levantamento de tais pendências pode tomar horas de trabalho dos analistas, que precisam ser contabilizadas e consideradas em suas avaliações de desempenho. Se há trabalho, precisa haver reconhecimento e pontuação no sistema de avaliação”, completou Robson Luís.

 

O Banco destacou também a mudança do sistema, mais moderna e dinâmica e, agora, dentro do Meu RH, e informou ainda que em breve, será feito um piloto para testar o novo sistema, que deve ser implementado ainda neste segundo semestre.

 

“Há distorções também nas avaliações patrimoniais realizadas pelos técnicos de campo. Hoje avaliação de imóveis são pontuadas essencialmente por seus valores: quanto mais alto o valor, maior a pontuação obtida pela avaliador, mas são muito comuns imóveis de menor valor terem avaliação mais complexas e demoradas do que imóveis maios caros, e os sistemas de avaliações de desempenho não enxergam isso”, afirmou Ricardo Vaz.

 

“Os funcionários, há muito tempo, vêm cobrando reformas urgentes nas avaliações do Convergente, e nós, na mesa de negociação, cobrando soluções. As alternativas apresentadas pelo banco vão dar um alívio nessas questões, mas ainda temos debates sobre o programa, que vamos cobrar nas próximas reuniões”, destacou a representante do Ceará, Carmen Araújo.

 

Ao final dos debates sobre as avaliações de desempenho individual, ficou acordada a criação de um grupo de trabalho com um representante dos funcionários para cada esteira das Centrais nas quais os problemas se concentram (Agronegócio, Empresarial, Rural, Urbano, Técnicos de Campo Rurais e Técnicos de Campo Urbanos), para discutir os problemas e buscar soluções para os mesmos junto às áreas responsáveis na DIRGE. Tal grupo será acompanhado e apoiado pela CNFBNB nas tratativas com o Banco.

 

“Com a criação desse grupo, demos um passo importante para a solução das grandes distorções no sistema de avaliações individuais dos funcionários, que ocorre principalmente nas Centrais de concessão de crédito e de serviços técnicos. Agora é colocar o grupo para funcionar, acompanhar de perto os debates, e negociar em mesa os problemas cruciais que o grupo não conseguir resolver diretamente com o Banco”, ressaltou o coordenador da CNFBNB, Robson Luís.

 

Outros Assuntos Debatidos:

 

Feedback

 

O Banco iniciou recentemente uma formação de gestores reforçando a importância do feedback e, em breve, vai realizar um treinamento semelhante também com os gerentes executivos. Uma empresa foi contratada pelo Banco para realizar esses treinamentos, enfatizando a importância e ensinando técnicas para realizar feedback.

 

Concorrências

 

A Comissão Nacional destacou que muitos funcionários relataram insatisfação com relação às concorrências, que selecionam qualquer um dentre os 20 primeiros colocados, independente da classificação, e isso tem tornado o corpo funcional desmotivado. A Comissão solicitou que sejam selecionados sempre os primeiros colocados nas concorrências, e também cobrou que a parte subjetiva da seleção (entrevista) tenha peso máximo de 20% na pontuação total, e não 40%, como é praticado atualmente.

 

O Banco vai analisar o pedido e dar retornos nas próximas reuniões.

 

Aumento do número de funcionários

 

Os dirigentes sindicais apontaram que, apesar das contratações realizadas via concurso público, o número de funcionários ainda é insuficiente, e pediu que sejam realizados novos concursos com o objetivo de preencher 100% das lotações aprovadas para todas as unidades.

 

“Há muitos anos, o Banco vem tendo incrementos importantes no volume de contratações de novos financiamentos, nos resultados socioeconômicos para nossa região e também nos resultados financeiros. Mas o número de funcionários cresceu num ritmo muito menor, o que resulta em excesso de trabalho e adoecimento dos trabalhadores”, afirmou Robson Luís.

 

O Banco irá estudar o assunto e avaliar a necessidade de novas contratações.

 

Custeio da Camed

 

A Comissão Nacional reforçou a necessidade da adoção do modelo de custeio 70/30 para a CAMED (com o Banco ficando responsável por 70% do custeio do plano de saúde dos funcionários, diferente do modelo atual no qual o Banco arca com apenas 50% das despesas). O Banco solicitou a formalização da solicitação para iniciar as análises jurídicas e financeiras necessárias.

 

Programa Amadurecer

 

O Banco vai lançar em breve um programa para preparar psicologicamente o funcionário para o momento da aposentadoria. Uma empresa está sendo contratada para gerir esse programa, que será aberto para todos os funcionários. O Banco explica que tem pessoas que não se imaginam fora do banco e não é só por situação financeira, e que isso precisa ser trabalhado para que os funcionários aproveitem melhor a vida pós aposentadoria.

 

Reclassificação de agências

 

A Comissão destacou que é importante trazer pessoas das áreas responsáveis para debater demandas específicas, a exemplo do debate sobre o Convergente, e apontou a importância da questão da reclassificação de agências ser inserida nesse debate, com soluções concretas para resolver as demandas.

 

Devolutivas

 

O Banco informou ainda que a questão sobre o abono permanente do dia 31 de dezembro ainda está sendo analisado pela diretoria, e que os grupos focais de Raça e Diversidade estão em andamento. Além disso, a representação do Banco informou que está resolvendo a situação do pagamento de vales transportes em espécie para quem trabalha em locais onde não há disponibilidade de transporte público formal.

 

O banco informou ainda que está reavaliando o caso das Carteiras Corporate, onde muitos gerentes não têm Auxiliares de Negócios.

 

O Banco informou que, com relação ao questionamento dos funcionários de precisarem apresentar laudos médicos anualmente para renovar os benefícios de redução de jornada para funcionários com dependentes com deficiência, de Auxílio Creche Especial e Auxílio Dependente com Deficiência, considerando que as deficiências são permanentes, o SESMT vai solicitar documentos que comprovem apenas a necessidade das terapias.

 

A CNFBNB cobrou mais uma vez que haja um normativo para regulamentar os casos dos funcionários com jornada de 6h por serem pais de filhos PCD’s e que têm direito a redução de jornada possam decidir se poderão ou não aproveitar as oportunidades de substituições de funções de 8h, por exemplo, não só mantendo o direito à redução de jornada de até uma hora/dia, mas também com aumento dessa redução para até duas horas/dia concedida para os funcionários que têm jornada de 8h. A Comissão cobrou também seja feita uma campanha para que os pais sejam esclarecidos sobre seus direitos de redução de jornada.

 

Pela representação dos funcionários do BNB, participaram da negociação: Robson Luís – Coordenador da CNFBNB; Lusemir Carvalho – Sindicato dos Bancários do Piauí; Carmen Araújo e Océlio da Silveira – Sindicato dos Bancários do Ceará; Fábio Sankley – Sindicato dos Bancários de Campina Grande, Ricardo Vaz – Sindicato dos Bancários de Pernambuco; Iury Filgueira – Sindicato dos Bancários de Alagoas; João Wellington – Sindicato dos Bancários de Sergipe; Waldenir Britto – FEEB BA/SE.

 

FONTE: Portal do Sindicato dos Bancários do Ceará