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Bancos estimulam a competitividade entre os funcionários

André Guerra apresentou um estudo realizado a partir da análise do programa “Trilhas” do Itaú

Impactante e esclarecedora. Assim foi a exposição do psicólogo André Guerra, no segundo dia da 26ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, que acontece neste domingo, em Salvador. Em sua fala, ele mostrou como os mecanismos adotados pelos bancos para avaliar os funcionários estimulam a competividade entre os colegas em todos os níveis.

André Guerra apresentou um estudo realizado a partir da análise do programa “Trilhas” do Itaú, que mostra os mecanismos que deveriam ser avaliatórios, na verdade visam estimular a competitividade extrema, pois colocam a comparação como forma de aferição do desempenho, onde para um ser bem sucedido, o outro precisa se dar mal. Com essa lógica, os bancos transferem para o próprio bancário a tarefa de ser o algoz do colega no ambiente de trabalho.

“Os mecanismos de avaliação de desempenho usados pelos bancos são uma falácia, porque eles não estão lá para avaliar o desempenho. O objetivo final deles não é saber quanto uma pessoa produziu. O objetivo é instigar que as pessoas produzam de acordo com os interesses dos acionistas do banco. Então, eu vou usar o sistema de avaliação como uma estratégia de introjetar nos próprios avaliados uma forma de se comportar, e mais, introjetar neles uma forma de vigiar e se relacionar com os colegas, uma forma competitiva, hostil e antiética. É uma forma de prescrever um ambiente adoecedor. Então, os mecanismos de avaliação de desempenho, eles servem para estruturar uma organização antissocial”, resaltou o doutor em psicologia social e institucional.

Para ele, mudar a situação não é tarefa, pois os mecanismos dos bancos fazem com que se tenha a impressão de que isso é o normal. Isso dificulta a atuação do movimento sindical para enfrentar o problema.

Fonte: Portal da FEEB BASE