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Encontro do Santander aprova minuta de reivindicações específicas

Delegação da Feebbase conta com oito participantes no Encontro. Do Sindicato dos Bancários de Sergipe estava o presidente da entidade, Adilson Azevedo

Mais de 100 bancários de todo o Brasil participaram nesta quinta-feira (6/6) do Encontro Nacional dos Funcionários do Santander. Realizado em São Paulo, o evento aprovou a minuta de reivindicações específicas que servirá de base para as negociações e renovação do Acordo de Trabalho Coletivo (ACT) no banco. O documento deve ser entregue ao Santander na próxima segunda-feira (10).

A delegação da Bahia e Sergipe contou com oito participantes no Encontro, que foi muito produtivo, com o debate de temas de grande interesse para os funcionários do banco espanhol, que está presente em mais de 26 países. Do Sindicato dos Bancários de Sergipe estava o presidente da entidade, Adilson Azevedo.

Os bancários brasileiros incluíram na minuta, as propostas já clausuladas no acordo dos bancários da Espanha, como, por exemplo, a redução da jornada de trabalho, cláusulas ambientais, para que o banco possa dar cobertura aos seus funcionários em caso de catástrofes e emergências climáticas, e também propostas que atendam o grupo de trabalhadores, bem como seus filhos, que se enquadram como neuro divergentes.

Destaque também para as propostas de valorização das cláusulas econômicas, que concentram as bolsas de estudo, os programas próprios e o Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS).

Amplos debates

Para dar início ao Encontro Nacional, o cientista social e professor Moisés Marques e o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo João Vaccari Neto fizeram uma ampla análise de conjuntura nacional e internacional.

Representante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) na mesa de abertura, o vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, José Antônio dos Santos, falou sobre as dificuldades que o movimento sindical está atravessando, citando como exemplo, o projeto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que veda a contribuição sindical assistencial, com impacto direto no financiamento das entidades sindicais. “Temos enfrentado grandes dificuldades com o parlamento eleito, seja a Câmara de Deputados ou o Senado, com as investidas dos parlamentares conservadores, que não visam o bem-estar dos trabalhadores. Mas, apesar de tudo isso, a nossa meta é enfrentar esses desafios para construir uma campanha salarial forte, unitária e vitoriosa”, ressaltou.

Após a análise de conjuntura, foi a vez do secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles Machado, apresentar a síntese da pesquisa “Modelos de gestão e patologias do trabalho bancário” para os delegados e delegadas do Encontro Nacional.

Ao todo, 5.803 bancários responderam ao questionário. Destes, a maior parte declarou estar trabalhando (86,7%). Outros 9% declararam estar em afastamento devido a licença-saúde e 15,5% dos respondentes declararam estar com atestado médico recomendando afastamento do trabalho. Para 54,5% dos participantes, o principal motivo para buscar tratamento médico foi o trabalho e 76,5% declarou ter tido pelo menos um problema de saúde que considera relacionado ao trabalho no último ano. Quase metade dos respondentes (40,2%) disse estar em acompanhamento psiquiátrico e mais da metade (59,7%) informou estar em acompanhamento com outras especialidades. Entre os que estão em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% estão utilizando medicações prescritas.

Conforme destacou Mauro, os resultados apurados na pesquisa indicam presença intensa de todos os fatores e riscos psicossociais. Trata-se, portanto, de um resultado crítico que indica a alta ocorrência de situações associadas a um modelo de gestão pautado no controle e na vigilância, causando patologias da sobrecarga e da violência e múltiplos sintomas de adoecimento no nível físico, psicológico e social.

Lucro crescente

Os delegados e delegadas do Encontro Nacional conferiram também a apresentação da análise dos resultados do banco no primeiro trimestre de 2024 e emprego, com a economista e técnica na subseção Contraf-CUT do Dieese, Vivian Machado.

No primeiro trimestre de 2024, o Santander lucrou R$ 3,02 bilhões, uma alta de 41,2% se comparado ao último trimestre de 2023. Em consequência, a Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) do banco também subiu 3,5 p.p., atingindo uma das melhores rentabilidades que o Santander tem para o balanço global. “Ao considerar o lucro líquido global de € 2,852 bilhões, a unidade brasileira representou 19,7% do resultado do Grupo Santander”, destacou a economista.

Fonte: Portal da Contraf