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Movimento bancário participa da Jornada Nacional de Debates rumo à COP 30
O evento é promovido pelo Dieese, CUT e demais centrais sindicais, com apoio do Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno
Teve início nesta quarta-feira (9) a Jornada Nacional de Debates, promovida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais sindicais, com apoio do Labora – Fundo de Apoio ao Trabalho Digno. Com o tema “Trabalho, Meio Ambiente e Transição Justa – rumo à COP 30”, o ciclo de encontros ocorre nas capitais dos 17 estados onde o Dieese mantém escritórios regionais.
Em Aracaju, o debate do Dieese aconteceu na última quarta-feira (09/04) e contou com a participação de uma comitiva do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE). O presidente do SEEB/SE, Adilson Azevedo coordenou a mesa de debate. Ele está na coordenação-geral da coordenador-geral da Direção do Escritório Regional do Dieese/SE (DSR/SE).
VEJA AQUI: Dieese reúne 50 sindicalistas em Aracaju para debater Trabalho e Meio Ambiente
A iniciativa faz parte da preparação da classe trabalhadora para o 1º de Maio e para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
A pauta ambiental e a transição justa têm se consolidado como eixos centrais para o futuro do trabalho no Brasil. Com o país avançando rumo a uma economia de baixo carbono, cresce a responsabilidade das centrais sindicais em articular propostas concretas que garantam desenvolvimento sustentável com justiça social e trabalho decente.
Durante os encontros, serão debatidos temas como geração de empregos verdes; requalificação profissional; políticas públicas para um desenvolvimento sustentável e impactos das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis.
A meta é construir propostas sólidas para serem apresentadas nas mesas de negociação e fóruns nacionais e internacionais ligados à COP 30.
Trabalho digno e sustentabilidade: agendas complementares
Segundo o Dieese, a transição para modelos produtivos sustentáveis tem potencial para criar milhões de empregos no Brasil. Setores como energia solar e eólica, por exemplo, demonstram crescimento acelerado — somente a energia solar gerou 264 mil empregos em 2023, consolidando o país como um dos mercados mais promissores da América Latina.
Apesar do potencial, especialistas alertam: é preciso garantir políticas públicas abrangentes que incluam educação, capacitação técnica, proteção social e inclusão de grupos vulneráveis, para que os benefícios da transição ecológica não aprofundem desigualdades já existentes.
A atuação propositiva das centrais tem sido essencial para garantir que a transição ecológica seja também uma alavanca de desenvolvimento social, com trabalho decente e direitos garantidos.
“A gente precisa estar inserido neste debate. A pauta dos trabalhadores precisa ser ouvida, pois eles são parte fundamental deste cenário. Nós temos um novo mundo do trabalho, mudanças intensas estão acontecendo e precisamos acompanhá-las, pois isso definirá nosso futuro”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, durante a mesa de abertura do evento realizado em São Paulo, na qual representou a CUT.
Ela também reforçou a importância do 1º de Maio como data de mobilização e reflexão. “É hora da classe trabalhadora se juntar, fazer um resgate histórico para vermos o quanto evoluímos desde que a data foi instituída e fazer uma reflexão de quanto e como podemos avançar daqui para frente. A luta sempre foi por qualidade de vida, por justiça social — essa é a luta central da classe trabalhadora”.
As lideranças do movimento bancário afirmam que não podemos continuar canalizando recursos para projetos que não respeitam o meio ambiente nem os direitos humanos. É urgente repensar o modelo econômico vigente, baseado na superacumulação de lucros à custa de um alto preço social e ambiental. Precisamos colocar isso na balança, porque quem paga essa conta são as pessoas e a natureza.
Defendem ainda que a transição justa só será verdadeira se unir justiça ambiental e justiça social. Isso passa por investimento em energias renováveis, requalificação profissional dos trabalhadores e respeito às comunidades tradicionais e periféricas. O movimento sindical está mobilizado para garantir que a COP 30 escute as vozes das ruas e dos territórios. Não haverá justiça climática sem justiça social — e essa é uma luta que precisa estar no centro das decisões globais."
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Jornada Nacional de Lutas
A Jornada de Debates faz parte da Jornada Nacional de Lutas, que mobilizará trabalhadoras e trabalhadores de 9 de abril a 31 de maio, com foco na redução da jornada de trabalho com manutenção dos salários; justiça tributária, com isenção de imposto de renda para PLR e para quem ganha até R$ 5 mil e descontos escalonados para rendas até R$ 7 mil.
A COP 30 será um marco nas discussões globais sobre o clima, reunindo cerca de 40 mil participantes, incluindo líderes mundiais, cientistas, ONGs e representantes da sociedade civil. Desses, aproximadamente 7 mil compõem a chamada "família COP", formada por equipes da ONU e delegações oficiais.
A escolha de Belém (PA) como sede é estratégica. Como afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trata-se de uma oportunidade de discutir a Amazônia dentro da própria Amazônia, com os povos indígenas, ribeirinhos e demais comunidades tradicionais presentes e ouvidos.
Entre os principais temas da conferência estarão:
Redução de emissões de gases de efeito estufa;
Adaptação às mudanças climáticas;
Financiamento climático para países em desenvolvimento;
Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono;
Preservação de florestas e biodiversidade;
Justiça climática e impactos sociais da crise ambiental.
Por ASCOM do SEEB/SE com Fonte do Portal da Contraf