Notícias
Caixa frustra expectativas dos empregados
Banco insistia em retirar direitos das empregadas e empregados, mas se comprometeu a não mexer nos direitos; trabalhadores protestaram contra a manutenção do teto de gastos da Caixa com a saúde dos empregados
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) se reuniu com a direção da Caixa Econômica nessa quarta-feira (28/5), em Brasília, para mais uma rodada da mesa de negociação permanente. Saúde Caixa, programa TEIA, situação dos caixas e tesoureiros foram alguns dos temas discutidos durante o encontro.
Logo na abertura de reunião, a CEE protestou pela não retirada do teto de 6,5% do estatuto da Caixa. Esta atitude frustrou as expectativas dos empregados e enfatizou a necessidade de acelerar o processo de negociação sobre o Saúde Caixa.
Os representantes dos bancários cobraram também respostas sobre as demandas dos caixas e tesoureiros, mas a Caixa não apresentou nenhuma proposta nova e encerrou as negociações sobre o tema. A CEE lamentou a posição da empresa e reivindicou que a situação ao menos permaneça como está, sem que ninguém venha a ser prejudicado.
Sobre o programa TEIA, a Caixa disse que está sendo discutido caso a caso, mas, assumiu o compromisso de que qualquer bancário que deseje sair do Programa terá garantias de retornar à sua função original.
Indagada pela CEE Caixa sobre a situação das telefonistas terceirizadas que seriam demitidas, a Caixa informou que o processo continua suspenso por prazo indeterminado.
Na reunião, a Caixa também apresentou um cronograma para a implementação dos Comitês de Credenciamento ao Saúde Caixa para a primeira quinzena de julho. A data prevista para a Bahia e Sergipe é 10 de julho.
Ao final do encontro, a CEE solicitou que se estabeleça um calendário mais frequente de reuniões de negociação sobre as diversas pendências é com ênfase no Saúde Caixa.
Para o diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, “o encerramento, por parte da Caixa, das negociações sobre a ampliação do número de funções de caixas e tesoureiros é mais uma frustração imposta à categoria, logo após a decepção diante da não retirada do teto de 6,5% do estatuto. Isso deixa claro, que vamos precisar de muita mobilização dos empregados, se quisermos conquistar algum avanço”, declarou o membro da CEE Caixa.
Relembre como foram as negociações
Quebra de caixa
Com relação à quebra de caixa, mesmo se houvesse acordo, o banco continuaria questionando na Justiça o pagamento de forma acumulada com a gratificação de função. “A princípio, o banco queria que os empregados renunciassem o direito do recebimento da verba de quebra de caixa e que essa renúncia fosse incluída do ACT. Com as negociações, a Caixa deixou de fazer essa exigência, mas disse que continuaria questionando este direito na Justiça, mesmo havendo jurisprudência de que a verba de quebra de caixa e a gratificação de função têm natureza distintas”, lembrou Tatiana, que, além de representante da Fetec-CUT/CN, é presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e faz parte do Comando Nacional dos Bancários.
“O banco queria, ainda, impedir que os novos nomeados acionassem a Justiça para receber a verba de quebra de caixa que não foi paga pelo banco, por que ele entende que esta verba não pode ser paga de forma cumulativa com a gratificação de função”, completou a secretária de Formação da Contraf-CUT, Eliana Brasil, que representa a Contraf-CUT na mesa de negociações com a Caixa.
Intervalo 10/50
Se o acordo fosse aceito, o banco também manteria sua posição de não reconhecimento do direito da pausa de 10 minutos após 50 minutos trabalhados pelos caixas.
Tesoureiros
As novas designações para tesoureiro executivo seriam apenas para jornada de seis horas, com redução salarial. Aqueles que hoje têm jornada de oito horas poderiam optar pela jornada de seis horas e fazer uma CCV para acerto dos cinco últimos anos. Quem não tem ação de 7ª e 8ª horas não poderia mais requerer o pagamento das horas realizadas a partir da assinatura do acordo, podendo buscar na Justiça apenas as horas realizadas anteriores à assinatura.
Outros assuntos
Outras pautas foram tratadas na reunião desta quarta-feira (28), como o programa Teia, a manutenção das telefonistas terceirizadas, o Saúde Caixa e um calendário de reuniões de negociação.
Teia
A CEE questionou a Caixa sobre as garantias para os trabalhadores que atuam no programa Transformação, Engajamento, Inovação e Aprendizado (Teia), criado para levar a Caixa à transformação digital. O Projeto Teia tem gerado preocupações e angústias entre os empregados.
O banco reafirmou que não haverá perda salarial para aqueles que voltarem para suas unidades de origem e nem ocorrerão retaliações.
Telefonistas
A CEE/Caixa cobrou esclarecimentos sobre o processo de demissão de aproximadamente três mil telefonistas que atuam no banco. Após pressão das entidades representativas dos trabalhadores, a medida foi suspensa inicialmente por 30 dias.
Na reunião dessa quarta-feira, os representantes do banco afirmaram que as demissões permanecerão suspensas até que haja uma nova definição por parte da direção da empresa.
Calendário de negociações
A CEE cobrou a retomada das negociações com o banco, que vai elaborar um cronograma de datas para as reuniões e enviar para a avaliação da representação dos empregados.
Fonte: portais da Feebbase e Contraf