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Encontro da Juventude: organizar, formar e lutar
Jovens e dirigentes bancários da Bahia e Sergipe e bancárias reafirmam papel histórico das novas gerações na defesa da categoria
No último final de semana, o 9º Encontro da Juventude Bancária da Bahia e Sergipe congregou 82 jovens trabalhadores de diversas bases sindicais dos dois estados. Em um contexto de ataques aos direitos trabalhistas e avanço de práticas ultraliberais, o encontro reforçou o compromisso da juventude com a luta sindical. Além das quatro mesas de debate, o evento contou com roda de conversa, atividades culturais e dinâmicas de integração e cuidado.
A troca entre jovens bancários e dirigentes mais experientes reafirmou o papel histórico das novas gerações na defesa da categoria. A experiência acumulada dos veteranos serviu de guia para fortalecer ainda mais a presença combativa dos jovens no movimento sindical, ampliando a consciência de que direitos não são concessões: foram conquistados com mobilização e resistência e seguem sob ameaça constante.
As discussões cobraram maior aproximação da juventude com o sindicato e com a luta política, fortalecendo a construção coletiva nos locais de trabalho. O debate ressaltou que enfrentar metas abusivas, assédio, adoecimento e ataques a direitos exige mobilização e formação constante. A juventude demonstrou disposição e maturidade para assumir protagonismo na defesa da categoria e do serviço bancário para a sociedade.
Debates para enfrentar o sistema financeiro
No sábado (1º), as mesas de formação aprofundaram discussões fundamentais para a luta da juventude bancária:
Gustavo Palmeira (Dieese) — analisou o futuro do Sistema Financeiro e alertou sobre o projeto permanente dos bancos de ampliar lucros com precarização, automação sem responsabilidade social e redução de postos de trabalho.
Deborah Irineu (CTB-BA) — abordou o mundo do trabalho e a juventude bancária, reforçando a necessidade de organização sindical para enfrentar a uberização, a intensificação de metas e o adoecimento psicológico.
Camila Monadez (mobilização digital) — discutiu ativismo e base, destacando que a disputa política acontece também nas redes e que a juventude precisa ocupar o digital para defender direitos e combater a desinformação.
Caio Botelho (economista) — tratou do futuro do trabalho e da inteligência artificial, alertando para o uso dessas tecnologias como ferramenta de demissão e controle e não como instrumento de melhoria para os trabalhadores.
A programação reforçou que tecnologia e produtividade não podem servir para aprofundar desigualdades, e sim para fortalecer relações de trabalho dignas e humanas.
Política, trabalho e defesa de direitos
A roda de conversa de domingo, conduzida por representantes do movimento sindical e estudantil, reforçou que atuação política é essencial para proteger direitos históricos como FGTS, 13º salário e Previdência Social. As reflexões mostraram que sem organização coletiva, conquistas desaparecem. O encontro encerrou com a certeza de que a juventude bancária segue firme, consciente e preparada para seguir construindo um futuro com dignidade e justiça social.
“Foram dois meses de preparação e dois dias intensos de muita troca, aprendizado e energia. A gente percebe que a “A mensagem que a gente tira desse Encontro da Juventude, é de que a gente precisa semear, plantar e compartilhar o máximo de informações. A gente precisa trazer essa juventude bancária para a conscientização, para que os jovens percebam o momento que a categoria está passando. E tem que ser com a juventude, com a categoria inteira para que a gente possa unir forças e lutar, porque, o ano que vai ser muito complexo. Nossa campanha salarial está vindo por aí com todo o gás e é de encontros como esse, que conseguiremos a força que precisamos para unir ainda mais toda a categoria”, ressaltou a presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Andréia Sabino.
Para a diretora de Juventude da Federação, Lara Fabiane, o encontro foi maravilhoso. “Amei tudo. Já começou pelo ambiente, a escolha foi muito assertiva e os palestrantes também. Eu acredito que a juventude vai sair com uma bagagem, um aprendizado e instigada a melhorar e levar tudo que a gente aprendeu aqui para o nosso ambiente de trabalho, como tornar o ambiente melhor, menos adoecedor, contar com o sindicato para tudo que precisar. E o final, o encerramento, o desfecho foi maravilhoso com essa dinâmica, para trazer o ambiente mais leve, eu amei. Todos estão de parabéns pelo evento “.
O Encontro foi encerrado pela dinâmica conduzida pela psicóloga Tereza Cristina Pinho. As dinâmicas oferecem um contraponto descontraído aos debates apresentados durante os dois dias, preparando os participantes para voltarem mais leves para as suas casas.
FONTE: Feebbase e Sindicato dos Bancários da Bahia