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Há 70 anos, greve de 1951 da categoria bancária conquista 31% de reajuste salarial

“Eu acredito é na rapaziada Que segue em frente e segura o rojão Eu ponho fé é na fé da moçada Que não foge da fera e enfrenta o leão”,  Gonzaguinha

 

 

 

Revisitar a história do dia 28 de agosto de 1951 para reconhecer o papel da organização sindical e enfrentar os desafios atuais, que não são poucos

 

 

Em meio a pandemia da Covid-19 e de uma conjuntura política e econômica de muitos retrocessos, os bancários e bancárias representam uma das poucas categorias no Brasil que conseguiu preservar direitos.  Vale lembrar ainda que é a única do país com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT Bancária): as negociações são realizadas em mesa única, com as instituições financeiras públicas e privadas Todas as conquistas dessa quebra de braço são válidas para bancários e bancárias de todo território nacional.

Da experiência mais recente, em 2020, após intensas rodadas de negociações, a Campanha Nacional dos Bancári@s foi vitoriosa.

A categoria só saiu daquela briga com reajuste de 1,5%, mais abono de R$ 2 mil para o período no ano passado e 100% do INPC + 0,5% de aumento acima da inflação para 2021. Assegurou ainda Vale Refeição e Vale Transporte, Piso Salarial Nacional, 13° Salário, 13ª Cesta Alimentação, Gratificação de Função, Abonos de Faltas e Folga Assiduidade, dentre outros itens.

E é com esse protagonismo que, neste sábado, Dia 28 de Agosto, o Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) saúda a passagem do Dia Nacional dos Bancários e Bancárias.

O Dia 28 de Agosto é sim um dia especial! Dia para refletir e celebrar!  

A data histórica foi instituída em decorrência da greve da categoria em 1951, quando os bancários e bancárias paralisaram as atividades durante 69 longos dias.

Em 1951, a “rapaziada não fugiu das feras, enfrentou os leões”: cruzou os braços para reivindicar um reajuste salarial de 40%. Os bancos queriam dar apenas 20%. Na época, os índices oficiais do governo apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. A categoria refez os cálculos e o próprio governo teve de rever seus índices, que saltou para impressionantes 30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários e bancárias conquistaram 31% de reajuste.

Essa greve foi fundamental também para a organização da luta da categoria, que de lá para cá obteve muitas outras conquistas. A origem desse movimento foi em São Paulo e Rio de Janeiro. E como uma espécie de avalanche, mobilizou os sindicatos dos bancários e bancárias de Norte a Sul do Brasil. Ou seja, para além desse reajuste, a Greve de 1951 também fez surgir sindicatos da categoria em vários pontos do país.

Outra virtude da greve de 1951 foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir daí, surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Assim nasce o Dieese, com a missão de subsidiar às entidades da classe trabalhadora com dados estatísticos confiáveis.

Revisitar a data histórica do dia 28 de agosto de 1951, para fortalecer a nossa consciência de que só a luta mantém direitos. Para enfrentar os desafios atuais, que não são poucos. Para “seguir em frente e segurar o rojão”.  

 

Feliz Dia Nacional dos Bancários e Bancárias

Diretoria do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE)

Sindicato Forte, Independente e de Luta