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Bancários garantem aumento real nos salários e demais verbas
Após intensas negociações que começaram nesta sexta-feira (30/8) e seguiram até o início da tarde deste sábado (31), o Comando Nacional dos Bancários arrancou da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma proposta, garantindo a manutenção de todos os direitos e ampliação de 10 novas cláusulas para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), para 2024 e 2025. A proposta deve ser avaliada pelos bancários nas assembleias marcadas para a próxima quarta-feira (4/9).
“A posição da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe no Comando foi contrária à aceitação da proposta da Fenaban, por entender que a lucratividade e rentabilidade do setor são elevadíssimas. Entretanto, a gente sabe também que o grau de dificuldade nesse ano foi superior aos dos outros anos, com muita ameaça. O representante da Fenaban queria, na verdade, acabar com o ciclo de conquistas da Conversão Coletiva de Trabalho. Alguns bancos resistiram em dar aumento e travaram a negociação. Mas, nós entendemos que em alguns segmentos, em alguns bancos, teve avanços. No processo negocial nem sempre a gente consegue resolver todos os problemas, já que algumas situações são muito complexas e precisam continuar sendo debatidas por mais tempo”, explicou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.
Apesar do voto contrário da Feebbase, a maioria dos dirigentes votaram pela aprovação da proposta e esta é a orientação final do Comando Nacional dos Bancários.
Confira a proposta final da Fenaban:
Cláusulas econômicas
Nas cláusulas econômicas, a categoria terá reajuste de 4,64% nos salários e demais verbas, incluindo vales alimentação (VA), refeição (VR), auxílio creche/babá e participação nos lucros e resultados (PLR) neste ano, para um INPC estimado de 3,91%, o que daria um ganho real de 0,7%. Para 2025, o aumento real será de 0,6% para salários, PLR, VA/VR e demais cláusulas econômicas.
O ganho real de 2024 e 2025, portanto, será de pelo menos 1,31%, podendo ficar acima disso a depender do INPC de agosto, que será divulgado pelo IBGE somente em 10 de setembro.
O Comando conquistou ainda a antecipação do pagamento da 13ª cesta alimentação para outubro e o pagamento da antecipação da PLR será em setembro. A Fenaban chegou a cogitar o pagamento das verbas somente em dezembro.
Verba de requalificação
- Reajuste de 8%, com isso o valor passa a ser R$ 2.285,84
Piso de contínuos e pessoal da portaria
- Reajuste salarial de 15%
Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho
- Pela primeira vez, os bancos concordaram em incluir explicitamente o termo "assédio moral" nas negociações, atendendo a uma reivindicação histórica da categoria.
- Ficou estabelecida uma manifestação de repúdio contra qualquer tipo de violência no ambiente de trabalho, reforçando o compromisso com um ambiente seguro e respeitoso.
- Criação de um canal de apoio dedicado às vítimas e de um canal específico para denúncias de assédio e outras formas de violência, que incluirá atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica.
Mulheres na tecnologia
Devido à queda no número de mulheres na categoria, em especial devido ao avanço da tecnologia, onde elas ainda são minoria, o comando cobrou e conquistou:
- Concessão de 3.000 bolsas de curso para capacitar mulheres, pessoas trans e PCDs em programação, visando aumentar a representatividade feminina no setor tecnológico, realizado pela Progra{maria}
- Além disso, 100 bolsas serão oferecidas para programa intensivo de aprendizagem, voltado para a formação avançada de mulheres na tecnologia, realizado pela Laboratória
- Ex-bancárias poderão participar dos cursos
- As indicações para às vagas terão também a participação dos sindicatos de todo o país
Pessoas com Deficiência (PCDs)
- Concessão de abono de ausência para conserto ou reparo de próteses, garantindo que trabalhadores com deficiência possam atender às suas necessidades sem prejuízo.
Prevenção à violência contra a mulher bancária
- Implementação de um canal de apoio exclusivo e outras medidas específicas para proteger as mulheres bancárias contra violência, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro.
Combate à violência contra a mulher na sociedade
- Os bancos se comprometem a manifestar publicamente o repúdio à violência contra a mulher, além de disseminar informações e recursos para apoiar a prevenção desse tipo de violência.
Igualdade salarial entre homens e mulheres
- Compromisso com a igualdade salarial entre gêneros
- Adesão ao Programa Empresa Cidadã, garantindo licença-maternidade de 180 dias e licença-paternidade de 20 dias
Mudanças climáticas e calamidades
- Em caso de desastres naturais ou outras calamidades, será garantida a criação de um Comitê de Gestão de Crise, quando solicitado pelo Comando Nacional dos Bancários.
- O comitê terá a autorização prévia para tomar decisões necessárias que assegurem a proteção e os direitos dos bancários afetados.
- Implementação de medidas trabalhistas específicas durante situações de calamidade para assegurar vida e o bem-estar dos trabalhadores.
Censo da categoria 2026
- A Fenaban se comprometeu a planejar em 2025 e realizar até o final de 2026 uma nova edição do Censo da Diversidade do Setor Bancário, para mapear e promover a diversidade no setor.
Inteligência artificial e requalificação
- Iniciativas de requalificação profissional para adaptar a força de trabalho às novas demandas tecnológicas.
LGBTQIA+, com destaque para pessoas transgênero
- Os bancos reforçam seu repúdio à discriminação e garantem o uso do nome social para pessoas transgênero, antes mesmo da obtenção do registro civil, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo.