Notícias

O 20 de novembro para refletir e enfrentar o racismo estrutural que nega dignidade e direitos

Esta data reforça o papel da categoria bancária no enfrentamento às desigualdades. 

Neste segundo ano de feriado nacional (20/11), a data deve ir além de slogans. Sendo um país de maioria negra, é urgente enfrentar o racismo estrutural que nega dignidade e direitos. Há mais de cinco séculos, a violência racial estrutura relações: do trabalho escravizado ao encarceramento em massa e ao genocídio.

A consciência negra exige ação concreta. O racismo histórico molda práticas e políticas que naturalizam a exclusão. Os números são um projeto de desumanização: 77% dos assassinados são negros, e homens negros têm risco de morte quase três vezes maior, reflexo de uma política de segurança que transforma comunidades em territórios de guerra.

Persiste no país a seletividade racial do Estado, onde criminosos de colarinho branco gozam de privilégios, enquanto jovens negros da periferia enfrentam violência sumária e letal, como na megaoperação do Rio de Janeiro.

A população negra segue ocupando as posições mais precarizadas, com menores salários e mais exposta à violência institucional. Não haverá democracia enquanto a cor da pele definir quem vive e quem morre. O 20 de Novembro é denúncia e reafirmação de que o Brasil precisa reconstruir-se para combater um sistema que lucra com a desigualdade.

A data reforça o papel da categoria bancária no enfrentamento às desigualdades. Conforme números compilados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pessoas negras representam 28,15% da categoria bancária, um avanço em relação a 2012, quando eram 18,9%, mas ainda insuficiente diante dos desafios. A desigualdade salarial também persiste: a remuneração média das mulheres pretas segue 37,7% abaixo da dos homens brancos. Já os cargos de liderança continuam pouco acessíveis: apenas 24,2% são ocupados por pessoas negras.